quarta-feira, 14 de maio de 2014

Jericó


http://www.mapisrael.info/jericho

É uma das cidades mais antigas do mundo, sendo também chamada de “cidade das palmeiras” (Dt 34.3; Jz 1.16, 3.13), está situada em um oásis no vale do Rio Jordão a quase 300 metros abaixo do nível do mar. É a cidade mais baixa em altitude do planeta. Ela está localizada a 10 Km ao norte do Mar Morto e a 30 Km a oeste de Jerusalém.
Foto aérea mostrando as ruínas de Tel-El-Sultan, a colina onde a cidade foi fundada, por volta de 8000 a.C.

Nos tempos da conquista de Canaã era uma cidade murada, governada por um rei, para a qual Josué enviou espias (Js 2.5-15). Foi defronte a Jericó que Moisés avistou a terra prometida, do cume de um monte, antes de sua morte (Dt 34.1). A cidade foi tomada por Israel, destruída e declarada anátema (Js 5.13-6.27). Nela residia Raabe, a meretriz, que foi salva por intermédio do fio escarlate e veio a ser inserida na linhagem do Messias (Js 6.25; Mt 1.5). A maldição sobre o que reedificasse Jericó atingiu Hiel, o belemita (Js 6.26; 1Rs 16.34).

Jericó foi dada à tribo de Benjamim (Js 18.12-21). Ali Elias e Eliseu passaram quando iam ao Jordão (2Rs 2.4-18) e, mais tarde, Eliseu purificou as suas águas (2Rs 2.19-22). Foi em Jericó que o rei Nabucodonosor prendeu o rei Zedequias (2Rs 25.5).


Nos tempos de Jesus ele curou em Jericó o cego Bartimeu (Mc 10.46) e ali também se deu a conversão de Zaqueu (Lc 19.1-9).
O Sicômoro de Zaqueu, em Jericó


Em suas proximidades está o Monte da Tentação, local provável da tentação de Jesus no deserto (Mt 4.1-11; Lc 1-12).
Monte da Tentação

Tabgha


Localizada a oeste de Cafarnaum, era o lugar das sete fontes, o heptapegon, cujas águas quentes facilitavam a formação de algas e atraiam os peixes. Era um lugar de concentração de pescadores.
Google Maps


No local foi construída a Igreja do Primado de Pedro e, ao lado do templo encontra-se um antigo porto por onde, certamente, Jesus e os discípulos passaram muitas vezes.
Antigo porto ao lado da igreja

É considerado o local onde Jesus chamou os discípulos Pedro e André e os filhos de Zebedeu, João e Tiago, para serem pescadores de homens (Mt 4.18-22).

Aqui também pode ter acontecido a primeira multiplicação dos pães, quando Jesus alimentou uma multidão de cinco mil pessoas, com apenas cinco pães e dois peixinhos (Mc 6.32-43).
Monumento no jardim para lembrar a multiplicação dos cinco pães e dois peixinhos

O segundo milagres da multiplicação de pães foi próximo a Betsaida (Lc 9.16,17), onde nasceram os discípulos Felipe (Jo 12.21), André e Pedro (Jo 1.44), antes de mudarem-se para Cafarnaum.


É, também, provavelmente, o lugar onde Jesus serviu pão e peixe aos discípulos, em sua terceira aparição após a ressurreição (Jo 21.1-14).


terça-feira, 6 de maio de 2014

Cafarnaum


Cafarnaum (em hebraico, Kphar Nahum, aldeia de Nahum) está situada a noroeste do Mar da Galiléia, na margem norte do Mar da Galiléia, próximo a Corazim e Betsaida. Muito perto passava a importante Via Maris, um das principais estradas romanas que ligava o Egito à Síria e ao Líbano e que passava por Cesareia Marítima.

Foi o centro das atividades de Jesus na Galiléia, vivendo aqui cerca de 18 meses, sendo recebido pelos seus habitantes com alegria (Lc 8.40).
Aqui ele realizou muitos milagres: curou o servo do centurião (Mt 8.5-13), curou o paralítico trazido pelos quatro amigos (Mc 5.22-43), curou um leproso (Mc 1.40-45), um homem da mão mirrada (Mc 3.1-5), a mulher do fluxo de sangue (Mc 5.25-34) e a sogra de Pedro (Mt 8.14,15). Também ressuscitou a filha de Jairo (Mc 5.22-43), libertou um endemoninhado (Mc 1.23-26) e curou e libertou a muitos (Mt 8.16).
As ruínas da sinagoga de Cafarnaum são um testemunho vivo de um dos locais onde Jesus esteve muitas vezes.


Apesar de realizar em Cafarnaum muitos milagres, muitos não creram nele e Jesus lhes repreendeu por sua incredulidade (Mt 8.24-27).

Aqui ficava a coletoria na qual trabalhava Levi, o publicano, chamado Mateus, um dos doze (Mc 2.14) e aqui Simão Pedro e André possuíam casa (Mc 1.29). Aqui Jesus pagou o tributo romano com uma moeda achada na boca do peixe (Mt 17.24-27).

Dentre os lugares interessantes estão as ruínas da casa de Pedro, sobre a qual foi construída uma igreja, no período Bizantino. Atualmente, um memorial está construído sobre as ruínas, para preservá-las. Do interior e por baixo, é possível ver o que sobrou da construção do primeiro século.


Assista o vídeo abaixo, com informações arqueológicas sobre Cafarnaum:


segunda-feira, 24 de março de 2014

Tel Megiddo

Vista aérea de Tel Megiddo publicada no site http://scottkasperphotography.files.wordpress.com/2010/07/mg_3696_sm.jpg

Tel Megido é a mais importante colina, localizada no Vale de Jezreel.

O Vale de Jezreel é um território cortado por importantes rotas comerciais; poderosas cidades situavam-se ali, como Megido, Taanach e Jezreel. Possui um solo rico que combina com boa quantidade de chuva resultando em campos altamente férteis. Foi uma região sempre disputada pelas grandes potências.
O Vale de Jezreel será o palco da batalha do Armagedom (Ap 16). O local da reunião dos exércitos é a planície de Esdraelom, ao redor da colina chamada Megido, que fica no norte de Israel, a cerca de 32 quilômetros a sudeste de Haifa. Desde o vale de Megido, é possível avistar três montanhas: o monte Carmelo, o monte Gilboa e o monte Tabor.

Veja mapa da região em tamanho maior

Essa região tem sido o local onde mais de duzentas batalhas aconteceram. A planície de Megiddo e a Planície de Esdraelon serão o lugar principal para a batalha de Armagedom, que vai enfurecer toda a região de Israel até a cidade Edomita de Bosra (Is 63.1). O vale do Armagedom era famoso por duas grandes vitórias na história de Israel: (1) A vitória de Baraque contra os cananitas (Jz 4.15), e (2) a vitória de Gideão contra os Midianitas (Jz 7). Armagedom também foi o lugar de duas grandes tragédias: (1) a morte de Saul e seus filhos (1 Sm 31.8), e (2) a morte do rei Josias (2 Rs 23.29-30; 2 Cr 35.22).

Hoje o Parque Nacional de Megiddo é um patrimônio da humanidade e mantém o registro histórico de muitas construções erigidas neste local, com destaque para um túnel construído na época do Rei Acabe. Veja vídeo da travessia deste túnel:


Veja, também, um vídeo interessante sobre as descobertas arqueológicas em Tel Megiddo (em inglês):

sexta-feira, 14 de março de 2014

O Legado Espiritual de Israel


As primeiras civilizações viveram o seu momento de descobertas, comportamento e realizações que deixaram um legado para todos os povos, de todas as épocas. Podemos perceber a influência da civilização grega nas atividades esportivas, como os jogos olímpicos, na literatura, em obras como Ilíada e Odisséia, de Homero, na Filosofia, com os pensamentos e obras de Sócrates e Platão, entre outros. Também podemos perceber a influência da civilização romana no direito, na organização política, dando os primeiros passos para a democracia, na organização militar, entre outras contribuições. Outros povos como babilônicos, persas e chineses também deixaram uma herança. Quando voltamos os olhos para o povo hebreu também podemos perceber uma grande herança deixada para a humanidade.
O maior legado deixado pelos israelitas não foi em descobertas, invenções ou artefatos, mas uma herança de valor espiritual, que promoveu mudanças mais profundas no modo de vida da humanidade do que as deixadas por qualquer outro povo, e representa uma contribuição mais duradoura e imutável do que as das demais civilizações. Esta herança espiritual pode ser observada, principalmente, em três aspectos: o relacionamento com a divindade, o registro da revelação divina e a presença da divindade entre o povo.
O relacionamento com a divindade
Após a queda do homem, no Éden, a humanidade buscou preencher o vazio espiritual com a idealização de deuses, materializados em objetos ou elementos da natureza, com quem pudessem ter um relacionamento, o qual era marcado pela barganha e troca de favores: oferendas para satisfazer os deuses eram permutadas por favores divinos. O relacionamento de Israel com Deus, no entanto, foi baseado em outros princípios: amor e fidelidade.
Este relacionamento baseado no amor fiel entre o Senhor e Israel, foi assim apresentado: "Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força." (Dt 6.4,5). Isto nos mostra que o povo judeu foi a primeira civilização a ter uma fé monoteísta, permanente e desprovida de interesses materiais. Israel não adorava a deuses limitados, porque conhecia o Deus ilimitado; e não o trocava por outro deus exatamente pelo mesmo motivo: porque, sendo Deus o Todo-poderoso, não havia outro maior ou melhor. Eles não tinham o deus da chuva, a deusa da fertilidade ou o deus da guerra, porque conheciam e adoravam àquele que fez todas as coisas.
A fidelidade dos israelitas a Deus pode ser verificada em fatores como exclusividade e regularidade, provas de uma lealdade constante e inabalável. O amor fiel exige exclusividade; porque amavam a Deus, os filhos de Israel jamais adoravam a outro Deus, pois um servo não se pode ser fiel a dois senhores, ou um marido ser fiel a duas esposas. Eles demonstravam constante amor a Deus, pois para ser infiel não precisam muitos atos de infidelidade, mas um só. Logo, o amor fiel exige regularidade; é preciso ser fiel sempre. Os constantes holocaustos, a queima regular de incenso, as orações contínuas, a realização das festas e rituais judaicos frequentes eram uma demonstração da regularidade do seu amor por Deus.
O registro da revelação divina
A escrita é o registro mais fiel e permanente do conhecimento de um povo. A tradição oral pode se perder ou ter as informações distorcidas, mas o que está escrito, desde que devidamente preservado, é duradouro e fidedigno. E foi o amor dos judeus pelas Escrituras Sagradas e o seu compromisso em copiá-las com extrema fidelidade que permitiu que chegassem até nós com total confiança.
A Bíblia não é apenas um livro importante, mas a única fonte confiável para conhecer a Deus e compreender seus propósitos. Ela não contém apenas a palavra de Deus, mas é a própria fala de Deus aos homens; não relata apenas a verdade, mas é a única verdade; não registra apenas um conjunto de regras, mas é o único manual de regra e prática. Assim sendo, a leitura, estudo e meditação da Bíblia não é somente importante, mas indispensável para todos os que querem conhecer a Deus e saber a sua vontade. Ela é a revelação final de Deus aos homens, não sendo necessário nenhum acréscimo ou complemento.
A Bíblia Sagrada é um presente da revelação de Deus para todos os povos, de todos os tempos, e foi concedida aos judeus, os quais mantiveram com afinco e dedicação o relato fiel de todas as informações. O Antigo Testamento é o registro da história e do relacionamento de Deus com o povo judeu, sendo chamado por muitos de Bíblia Hebraica; e o Novo Testamento foi escrito por autores judeus, em sua imensa maioria, dentro de um cenário da fé judaica.
Nenhum outro livro está mais presente na vida dos habitantes do mundo que a Bíblia Sagrada, quer seja pelo amor dedicado de muitos ou pelo ataque dos céticos. Sendo o livro traduzido para o maior número de idiomas, alcança os lares do mundo mais que qualquer outro. Também nenhum outro exerceu maior influência na cultura ocidental, na literatura, em obras de Camões, Dostoiévski, Machado de Assis ou Dante Alighieri, entre outros; na arte, em obras de Leonardo Da Vinci, Aleijadinho ou Michelangelo; na música com peças de Bach, Handel ou Mozart. E nenhum outro exerceu maior influência na formação de leis e da constituição de tantos países como a Bíblia.
A presença da divindade entre o povo
O Deus eterno encarnou-se, vivendo entre os homens em uma única existência terrena, com a finalidade de salvar toda a humanidade. E ele escolheu vir ao mundo no ventre de uma mulher judia, nascendo em uma cidade de Judá, “pequena entre milhares”, como dizia a profecia de Miquéias 5.2. Quando Deus presentou a humanidade com o nascimento de seu filho, o fez através dos descendentes de Abraão. Jesus viveu como um verdadeiro judeu, praticou a lei judaica, identificando-se completamente com sua etnia, pois afirmou à mulher samaritana: “nós adoramos o que sabemos porque a salvação vem dos judeus” (Jo 4.22).
Deus prometeu a Abraão que abençoaria todas as famílias da terra através da sua descendência e o apóstolo Paulo afirma que Deus estava falando da encarnação de Cristo “para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios por Jesus Cristo” (Gl 3.8-14). Nenhum outro povo pode afirmar que Deus viveu entre eles e apresentar provas físicas deste evento histórico como os judeus.
Através de Israel o mundo conheceu a Deus, recebendo a revelação perfeita de sua natureza e de sua vontade, através da Bíblia, aprendeu a ter um relacionamento íntimo com Deus, pela fé monoteísta e recebeu o próprio Deus encarnado, para a salvação de todo aquele que crê. Nenhum outro povo poderia ter dado ao mundo uma herança de tamanho valor espiritual quanto os descendentes de Abraão, a quem Deus escolheu: Israel.

Márcio Klauber Maia é pastor, diretor e professor do CETAD-RN, webmaster do blog Escola Dominical na Web (www.ebdweb.com.br) e autor do livro O Caminho do Adorador (CPAD, 2007). É casado e pai de quatro filhas.


Publicado no jornal Mensageiro da Paz, CPAD, Agosto/2012.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Monte Carmelo



Monte Carmelo é uma montanha na costa de Israel com vista para o Mar Mediterrâneo. O seu nome (Karmel) significa "jardim" ou "campo fértil". A grande cidade israelita de Haifa localiza-se parcialmente sobre o Monte Carmelo.
Publicada no site http://ferrelljenkins.files.wordpress.com/2010/12/mount_carmel_bibleatlas_crop.jpg

É uma elevação de 525 metros, com um formato de triângulo, tem cerca de 8 km de largura, e 39 km de extensão.

Nesta foto de 1918, da cidade de Haifa, é possível ver, perfeitamente, o formato do monte:
Publicada no site http://i32.photobucket.com/albums/d42/thedards/AerialView1918HaifaCarmel.jpg

O Monte Carmelo é historicamente interessante pela sua conexão com dois grandes profetas de Israel: Elias e Eliseu.
Foi exatamente no monte Carmelo que aconteceu a competição de Deus e Elias contra Baal e seus profetas demoníacos, dominados pelo espírito de Jezabel (1 Rs 18.19). Foi uma batalha entre Deus e Satanás, e não somente de Elias contra toda a nação.
No alto do monte existe uma estátua que lembra este fato:

Foi também no Monte Carmelo que Elias fez descer fogo do céu, que consumiu por duas vezes os 50 soldados com o seu capitão, que o Rei Acazias tinha mandado ali para prender o profeta, em virtude ter este feito parar os seus mensageiros que iam consultar Baal Zebube, deus de Ecrom (2Rs 1.9-15).

Foi também neste monte, que a mulher sunamita que perdera seu filho, foi encontrar-se com o profeta Eliseu e Deus ressuscitou o menino (2Rs 4.8-31).


No ano de 2010 um grande incêndio destruiu boa parte da vegetação do Monte Carmelo. Veja mais detalhes:
Incêndio no Carmelo em 2010

Cesaréia Marítima


Cesaréia localiza-se na costa do Mediterrâneo, no meio do caminho entre Tel Aviv e Haifa. O historiador judeu Flávio Josefo é a principal fonte de informações sobre a construção e a história inicial da cidade, descrita detalhadamente na sua obra Antiguidades Judaicas. Fundada pelo Rei Herodes no século I a.C., na localização de um porto comercial fenício e grego denominado Torre de Straton, Cesaréia foi assim denominada por Herodes em homenagem ao imperador romano César Augusto.
Foi aqui que se realizou o batismo do centurião romano Cornélio (At 10.1-5, 25-28).
O apóstolo Paulo partiu daqui para sua viagem pelo Mediterrâneo oriental, e aqui foi aprisionado e enviado a Roma para julgamento (At 23.23,24).
Orígenes, um dos pais da Igreja, fundou uma academia cristã na cidade, com uma biblioteca de 30.000 manuscritos. No começo do século IV, o teólogo Eusébio, que foi bispo de Cesaréia, aqui compôs sua monumental obra História Eclesiástica, falando dos primórdios do cristianismo, e o Onomasticon, um amplo estudo geográfico-histórico da Terra Santa.
Veja um interessante vídeo sobre a história de Cesaréia: